Sobre amar
- Jessyka Karen
- 20 de abr. de 2020
- 1 min de leitura
Amar. Verbo regular. Diferente de mim, totalmente irregular, assimétrica e confusa.
Amar às vezes é verbo transitivo. E nisso somos iguais – eu também necessito de um objeto direto ou indireto para ter sentido, para sentir. Outras vezes é verbo intransitivo. Se basta, se completa e não depende de mais nada para existir. O amar pode (e deve!) ser próprio. Também é verbo pronominal, porque se eu me amar estará tudo bem. Se nos amarmos, será ainda melhor. E porque quando eu te amo, tudo muda.
Amar. Uma palavra que é tão pequena e que nenhum dicionário consegue definir exatamente seu significado. “Gostar muito”, “Estar apaixonado”. Tudo se desfaz. Mas tudo bem, afinal, como definir a dor que explode no coração quando o amar acontece? Não há palavra nesse universo capaz de explicar tudo que envolve essas quatro letras e as transforma numa ação tão única e singular.
Amar é o ombrinho todas as noites. Amar é mãe e vó. Amar é saudade. Amar é ver o mar com meus tios. Amar é ver crescer quem se viu nascer. Amar é amizade, mesmo distante. Amar é mandamento. Amar é esperança. Amar é despretensioso e natural. Amar é doação.
É como eu começo todos os meus dias, numa tentativa única de apenas amar. E mesmo falhando, não deixo de conjugar esse verbo em todos os tempos possíveis. Não é pelo que faço, é pelo que tento lembrar, todos os dias, de fazer.
Por isso, minha primeira marca é amar. Porque é de amar que nascemos, renascemos, vivemos e sonhamos. Amar permite tudo.
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