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Reflexões da quarentena¹

  • Foto do escritor: Jessyka Karen
    Jessyka Karen
  • 20 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

A quarentena tem sido um momento real de muitas reflexões para mim. Estou com zero interesse em cursos, não estou conseguindo acompanhar nenhuma série, nenhum filme me prende e todo livro me dá sono. Minha casa sempre foi um refúgio, desligada de qualquer obrigação, e não quero que isso mude. Aqui eu posso ser preguiçosa e ficar na cama domingos inteiros (como pretendo fazer hoje). Mas voltando às reflexões, esse período de isolamento tem se tornado uma escola de Jessyka. Centenas e pensamentos sobre quem sou, o que desejo, minhas limitações e meus medos têm passado por mim todos os dias. E essas são as únicas lições que tenho aceitado. Estar em casa e fazer apenas o que eu quero. Falar somente quando quero falar, não quando exigem minha voz. Eu sempre tive medo de dizer não. Agora sei que essa necessidade de agradar e é quase uma vaidade – querer ser amada por todos.

Por muito tempo eu anulei meus desejos. Acho que falei tantos “tanto faz” nos últimos anos que se tornou automático não ter opinião. Aceitei condições para manter relações que não me faziam feliz. Achei que o problema era eu… ingrata! Olha tudo que você tem! Um emprego bacana, uma família incrível, uma relação estável… Mas faltava algo. Sempre agradava ainda mais os outros em busca de ser mais amada, mais querida e mais necessária. E o buraco continuava lá. Aberto. Vazio.

E aí, uma quarentena. Em que não tenho ninguém por perto para precisar agradar. Uma quarentena que deixou tão claro o quanto as relações são importantes para nossa sanidade, mas que a relação mais importante ainda é com nós mesmos. E que em qualquer isolamento, eu sempre estarei lá por mim. E só.

Por isso, não tem mais “tanto faz”. O exercício de olhar para trás e ver que quando me senti anulada na verdade, era porque me anulei antes, me fez entender que quem quer ficar fica e respeita o seu desejo. O esforço em qualquer relação é mútuo, não é só entrega. É isso que define o amar. Um entrega incondicional, mas de todos. Não é colocar o outro acima, mas ficar de frente e ouvir. E construir uma solução. 

Aos amigos que estão por perto e não desistiram de mim nesse momento introspectivo, meu muito obrigada. Tenho aprendido com vocês a me respeitar. Tudo que eu achei que conhecia sobre amar tem sido redesenhado para mim, porque vocês me amam tanto, que conseguem respeitar meu espaço. E silêncio, para mim, hoje é prova de amor. E saber que vocês continuam aí, disponíveis, preenche um pouco esse buraquinho. Solidão e solitude… a gente escolhe como interpretar essa quarentena. E essa quarentena não é sobre um vírus. É sobre dar um tempo da vida. É uma quarentena de uma Jessyka que se Deus quiser, nunca mais será a mesma. Ser a mútuo melhor, mas para ela mesma. (AH! E FAÇAM TERAPIA)

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