devaneios hormônicos

Ocitocina é um negócio louco. Eu quase acho que dá pra sentir quando ela começa a ser liberada no corpo. Vem uma vontade de abraçar, de beijar, de chorar de alegria… Ocitocina. Dizem que quando ela explode, o cortisol baixa e o estresse diminui. Por isso acho que dá pra sentir quando ela chega – o seu perfume me acalma. Me tira do estado de alerta e me faz relaxar. É ocitocina isso.

Tudo que a gente sente, tem um hormônio para explicar. É tudo química e ciência e natureza. A endorfina, por exemplo: ela diminui dores e permite que a gente entre num estado de felicidade. Sabe o que libera endorfina? Filmes tristes. A cabeça entende que precisa diminuir a angústia e mete logo uma injeção de endorfina e a gente fica mais leve.

Tem também a serotonina, que tira a gente do estado depressivo. Quando ela baixa, não conseguimos pensar em coisas felizes, aí haja antidepressivo pra equilibrar. Pra liberar essa, é bom lembrar de momentos felizes ou fazer planos. Fotos antigas, o dia que você me pediu em casamento, a primeira vez que viajamos juntos, a planta da casa que desenhamos e os planos com o prêmio da mega sena. Serotonina.

Ah! E a dopamina, hein? É tipo o hormônio do prazer. Ele explode quando a gente alcança um objetivo ou começa algo incrível. Vaga no estacionamento do shopping, em dezembro, de primeira? Pah! Dopamina. Achou dinheiro no bolso da calça? Olha ela aí! Sua mão escorregou nas minhas costas, sua voz sussurrou no meu ouvido? Dopamina agindo. Eu li que dopamina vicia. Agora me diz: como não viciaria? Pequenas vitórias, todos os dias. Ou sua respiração no meu pescoço me arrepiando… O cheiro da sua barba quando estou deitada em você e como você me olha aí de cima. Isso aí vicia mesmo. É sempre o começo de algo incrível.

E a gente fica dependente. De tudo isso aí. E pra nós, em 2020, eu desejo tudo isso: ocitocina, endorfina, serotonina e dopamina. Talvez um pouco de adrenalina – pras boas surpresas e grandes conquistas.

Por dias mais leves para todos.

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