+ de 30
- Jessyka Karen
- 24 de abr. de 2020
- 1 min de leitura
A mulher de mais de 30 que habita em mim ainda não sabe o que vai ser quando crescer.
Ela não sabe se vai ser mãe. De criança ou de pet. O plano de dois anos já tem uma década.
Essa mulher ainda não entende o que é sucesso. Nem se quer chegar lá.
Ela surta quando acha uma ruga nova, mas celebra as marcas da sua história.
Ela quer pintar o cabelo de cinza e rosa, mas não quer perder o brilho natural que aparece em cada fio branco novo.
Ela se entregou à terapia, à nutricionista, foi pela primeira vez ao dermatologista, comprou um sabonete específico para o rosto e começou a cuidar de outra mulher, que já passou dos 30 faz tempo.
Ela já conheceu o medo da morte, ela já mudou de profissão, já escreveu um livro (não publicado – ainda), já quis ir pra Disney, já desistiu de conhecer Bonito, já foi de direita, já chorou na chuva, já foi magra, engordou, emagreceu e entendeu que não é o corpo, é a vida.
Ela já voltou atrás, já aprendeu a pedir perdão, a dizer não, a ler HQ, a cozinhar, a valorizar quem está por perto.
Ela escolhe todo dia ser melhor, ser feliz, ser livre.
Ela escolhe amar, sorrir e crer.
A mulher de mais de 30 que habita em mim com todas as crises possíveis, sauda a mulher que habita em você.
Sou feita de muitas outras mulheres que já me habitaram e de outras que estão por chegar. Porque eu sou uma crise ambulante, mas uma evolução constante.
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