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mãe

  • Foto do escritor: Jessyka Karen
    Jessyka Karen
  • 24 de abr. de 2020
  • 1 min de leitura

Sempre disseram que eu pareço minha mãe. E eu nunca percebi essa semelhança. Conseguia ver pedaços do meu genitor, buscava algo que me levasse mais para perto do meu tio, mas nunca vi nada que remetesse a minha mãe a não ser a pressão baixa.

Mas isso mudou.

De uns tempos para cá, ao olhar de relance no espelho, vejo uma linha que realmente lembra a Jane. Uma curva no sorriso, o formato da testa… Aos poucos, tenho me achado parecido com ela. Mas acho que nunca parecerei com ela no que ela tem de melhor.

Ela sempre acordou cedo. Muito cedo. Nunca a vi com preguiça de trabalhar. Saía cedo de casa e chegava muito tarde. Ela faz o melhor estrogonofe do mundo. Eu cozinho bem, mas longe de mim chegar naquele estrogonofe. O molho vem na medida certa, a carne é picada em formatos idênticos e perfeitos. Tem simetria até no estrogonofe. No banheiro dela, você pode comer no chão, sem pratos. Ela limpa um banheiro como ninguém. Se fosse possível, ela limparia TO-DOS os dias. Ela entende de casa de mãe. Me dá panos de pratos. Ela guardou meu umbigo num livro, pra ver se eu gostaria de ler, e cara, deu muito certo. Ela já sabia quem eu seria e o que eu faria antes mesmo de eu ser qualquer coisa. E ela fez o impossível para eu chegar onde estou. E faz o mesmo pelos meus irmãos. Nisso, acho que nunca parecerei com ela. Com a garra, esforço, energia, amor incondicional, com a força descomunal que brota dela. Mãe, eu quero parecer cada dia mais com você. Parabéns. Te amo.

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