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Somos nós os outros dos outros.

  • Foto do escritor: Jessyka Karen
    Jessyka Karen
  • 29 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

De tudo que se tem para viver, o amor é só um detalhe.

As emoções que surgem no trilhar da vida são muito maiores ou mais marcantes que o amor.

Apaixonar-se, as borboletas no estômago, a perna tremendo, o coração acelerando… Nada disso é amor. O deleitar-se em suor, o gozar efusivo… não tem amor ali. Nem o desejo de morder um bebê fofinho, a expectativa de encontrar os amigos em uma mesa de bar quando a pandemia passar, o prazer de comer o brigadeiro da sua doceria favorita… Não é amor.

A saudade não é amor.

A dor não é amor.

O amor não é nada que exista e se que se exemplifique com atitudes locais.

O amor vem antes.

O amor discorre de amar, e amar, está no princípio.

O olhar pro estranho e ver nele você mesmo, com suas crises ocultas, duas dores e esperanças e conseguir respeitá-lo a partir de quem você é.

O ato de amar é empático. Não só solidário, mas donativo. O prazer em presentear e o planejamento para surpreender.

Amar é olhar pro lado todo dia e acolher os diferentes sem julgar.

Amar está em nadar contra uma maré de facilidades cotidianas que nos afogam e nos deixam no automático.

A música diz que a medida de amar é amar sem medidas.

E você só ama sem medidas quando já deixou transbordar o copo. Até lá, precisamos enchê-lo com escolhas… De amar.

Somos nós os outros dos outros.

Entender isso é permitir-se ver com olhos de amor.

É observar os detalhes que fazem o amor resplandecer: o cuidado diário conosco, a preocupação em não ofender quem nos acompanha na jornada, o pensar antes de agir, o perdoar verdadeiramente.

Não é camuflar emoção, nem se anular; é escolher fazer pelo o outro o que gostaria que fizessem por você; é dar o que gostaria de receber.

É cultivar, com carinho e dedicação, pequenas sementes que talvez nunca colheremos, mas que quem vier atrás, irá usufruir das sombras, se lambuzar com os frutos que plantamos e fazer lembrar de que as árvores de hoje são sementes de ontem. Só assim conseguiremos ver amor.

Sobre concentrar -se em você para ver melhor o outro

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