não postável #1

no aroma que exalas e na indiferença que parece carregar para o que rabisco.

no ardor do contraste que teu toque quente sobre minha pele fria causa.

na minha tentativa de domar a respiração quando tua mão aperta minha coxa durante o sono... e a minha rendição.

como segura o copo e o cigarro, como quem carrega a liberdade nas mãos,

a tua pele brilhando suada,

teu jeito de me puxar pela cintura, indiferente aos meus desejos

(mas aqui, eu sei que você sabe... e só faz assim porque testa meus limites e prova teu poder).

você não rasgar minha roupa enquanto incendeio,

nem mergulhar enquanto derreto apenas pela tua respiração a me envolver,

ou permitir que eu parta sem deixar rastros (em mim)...

você conhecer o poder que possui, conquistando desejos sem proferir palavra alguma,

ou pedir minha mão em casamento na virada do ano sem tocar meus lábios sequer.

dormir comigo como quem compartilha intimidades, porém, silenciar até o próximo encontro não agendado.

você me explorar, e eu me permitir.

eu escrevi num desses dias: eu sou fácil demais.

mas acho que não é sobre isso - é sobre você e esse poder avassalador que exerce sobre mim. e eu sei de onde vem, mas você não. talvez para você eu só seja fácil demais.

e eu quero ser assim. fácil, maleável, mordível, moldável, encaixável - em você.

eu digo sim pro casamento, mas antes disso, eu digo por favor me come, como você come as outras e me faz sentir, finalmente, toda temperatura dessa pele em mim.