este não é um texto importante
- Jessyka Karen
- 15 de fev. de 2024
- 1 min de leitura
este post é totalmente hipotético e pessoal.
travestido de declaração, traz um entendimento primitivo sobre todas as músicas e poesias que falam sobre o cheiro que fica no travesseiro.
o cheiro realmente fica no travesseiro. e no lençol, no quarto, na pele.
e esse cheiro abraça, envolve, excita, esquenta e faz a gente delirar com o que poderia ter ficado além do perfume. o desejo.
o teu cheiro.
por tanto tempo um espaço vazio e inodoro, habitado apenas pelo artificial do amaciante, agora tem cheiro de pele quente. de corpo vivo.
como diria Alcione, "é o cheiro, é a pele, é o lado animal"
travesseiros parecem pontes para memórias.
memórias criadas, habitadas, vividas e as mais cruéis - as inventadas.
inventei.
eu só deixei ali, até que o tempo esmaeça o seu perfume.
até que outro perfume sobreponha o seu.
até a vida cuide dessa memória.
ou até que nos encontremos novamente e eu possa, além de sentir o perfume, também lembrar o gosto e a textura.
as músicas cantam sobre o cheiro no travesseiro, e os poetas têm razão.
o cheiro no travesseiro atravessa o tempo e faz algumas coisas mudarem o percurso.
e agora, as noites calmas mais parecem temporais... que enquanto eu me banho na chuva fria, o cheiro de terra molhada se faz a esperança do reencontro.
tu sabe o caminho.
sabe onde está a chave.
e eu te deixo a letra.
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